Terça-feira, 1 de Setembro de 2009

Devaneios...

De vez em quando sou assolada por pensamentos sobre isto ou aquilo...

Assuntos despoletados por este ou outro acontecimento, e que me fazem pensar e interrogar-me.

Se há algo que eu considero perfeitamente injusto em toda esta temática (já algumas vezes aqui falada por mim) do divórcio é que as crianças envolvidas tenham de sofrer.

Será possível que haja um divórcio dos pais sem que os filhos sintam que todo o seu Mundo ficou de pernas para o ar, sem que ninguém lhes perguntasse qual a sua opinião?!

Eu quero acreditar que sim; talvez pelo facto de estar a passar por essa situação.

Quero acreditar que o meu filho é uma criança feliz.

Porque também acredito que mais violento que um divórcio, será ser criado no meio de uma família onde não existe amor. Onde por vezes o amor deu lugar ao rancor, à desconfiança e à raiva.

Acredito que se os pais agirem no melhor interesse da criança, sem criarem dramas, sem fazerem públicos os seus ressentimentos, talvez a(as) criança(s) consigam passar um pouco mais à margem da situação. É claro que nada será como dantes. Passam a haver duas casas, dois quartos, dois de tudo...À prmeira vista poderá pensar-se que é uma situação de ganho, tudo a duplicar. Será se não forem feitas pressões; se a criança não sentir que tem de escolher; se o optar estar com um não signifique subtrair ao estar com o outro.

E aqui depende de nós, pais.

Por muito que o meu coração fique apertadinho quando o meu piolho vai passar uma semana ao pai, mostro-lhe sempre entusiasmo. Porque ele adora o pai, e porque o pai é muito importante na vida dele.

Houve umas duas ou três vezes em que ele chorou que não queria ír ou para o ír buscar, e aí fiquei em pânico. Pânico que ele não quizesse estar com o pai; pânico que me pudessem culpar disso.

Prefiro mil vezes que ele não queira falar comigo ao telefone quando lá está, do que desate a chorar a dizer que tem saudades minhas. É sinal de que está bem e feliz.

Prometi a mim mesma que nunca iria interferir no relacionamento dele com o pai, a não ser no sentido de facilitar. Não quero em nenhum sentido ser responsabilizada pela forma como eles venham a desenvolver a relação pai-filho.

O que me faz pensar noutra questão: sim senhora, sou muito "altruísta" no que respeita ao meu filho passar tempo com o pai, facilito todos os momentos que posso, não interfiro; mas, até que ponto iria o meu altruísmo se o meu filho me dissesse: mãe quero ír viver com o pai.?!

Conseguiria pensar só nele e no que o faria mais feliz? Sem me sentir mortificada porque ele não era mais feliz comigo?

Só esta consideração já é perfeitamente injusta, porque as crianças têm o direito de poder escolher sem pressões, mas acredito que essa escolha seja muito dificil.

Como dividir o que é uno? E mesmo quando não amam de forma igual ou não sentem ser amados de forma igual, escolher um amor em detrimento do outro é violento.

Mas eu penso que não têm de escolher. Têm que poder decidir com quem querem estar e quando. Sem imposições de tribunais ou de parte a parte. Pode não ser tão práctico, mas é concerteza mais saudável.

 

 

vivido por umdiadepoisdooutro às 13:10
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