No outro dia li a seguinte frase "Até um grande guerreiro necessita do seu descanso"...
E tu foste na realidade uma grande guerreira.
Durante 94 anos foste muitas coisas, criança, menina, mulher, mãe.
Viveste em África, ainda me recordo das histórias que contavas das cobras que apareciam no quintal.
Criaste dois filhos e três netos.
Viste os teus filhos irem para o Ultramar e regressarem sãos e salvos.
Ficas-te viúva e tiveste o maior desgosto da tua vida quando os teus filhos se zangaram e o mais velho cortou relações com o irmão e contigo. Isso foi há quase 20 anos. Viveste estes últimos 20 anos da tua vida com a mágoa da ausência do teu filho.
Vinte anos é muito tempo. Tempo de mais. Orgulho de mais...
Pois hoje (e ontem) ele esteve presente.
Tu estavas disposta a perdoá-lo bastava que te tivesse ído visitar. Talvez não tenha tido coragem de te enfrentar. De enfrentar a mãe e a mulher que sempre foste. Justa e muito directa. Que nunca deixou nada por mãos alheias, nem nunca mandou recados.
É triste que aconteçam estas rupturas, e eu sempre sofri por ti avó; porque acho que uma mãe nunca deve conseguir conviver bem com uma ausência tão provocadoramente presente. Porque ele estava ali ao lado, porque passava na rua e não te dirigia palavra.
Nada devia ser maior que o Amor, mas muitas vezes o orgulho e a ganância são.
Espero que estejas em paz.
Sofreste muito e por fim o teu corpo cansado deixou de resistir.
Descansa agora avó. Mereces o teu eterno descanso.
Amar-te-ei sempre!
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