Há dias Sim, em que tudo parece maravilhoso, o Sol brilha, os passarinhos chilreiam, acordamos cheios de energia para enfrentar o dia que aí vem...
Há dias Não, em que já acordo cansada, em que me levantar da cama é um suplício, em que só desejo pela hora de me voltar a deitar novamente, em que não quero ver nem falar com ninguém...
Depois há os dias NIM. Aqueles que não são carne nem peixe. Que começam bem e terminam menos bem, ou que começam mal e acabam melhor.
Hoje mal começou o meu dia foi um forte candidato a dia Nim; não me consegui levantar com o despertador; meia hora depois ainda não me tinha conseguido levantar; as calças que tinha colocado de lado para vestir faltavam-lhe um botão, portanto lá tive de mudar de fatiota às pressas em cima do acontecimento. Tomei o pequeno-almoço de pé porque já estava em cima da hora. A minha cara-metade com cara de preocupação por causa do trabalho...Fiquei com o coração pequenino, porque não há nada que possa fazer para que conseguisse devolver o brilho aos olhos do meu amor.
Depois, o trajecto da estação para o trabalho foi uma verdadeira aventura em que me senti como que a atravessar um terreno pantanoso, ou então a fazer trecking...o dilema das sandálias largas...
Depois por aqui, e apesar de ser sexta-feira, parece que as pessoas estão todas com um ar deprimido.
Vou almoçar e depois vou apanhar Sol para ver se transformo a segunda metade deste dia num dia SIM.
Estou a precisar de umas belas gargalhadas; de dar uns pulos, sacudir a poeira e trilhar um novo caminho.
Preciso de redefinir objectivos...
Se calhar, precisava mesmo era de ficar quieta e sossegada por uns tempos, deixar a poeira assentar, dar tempo ao meu corpo e à minha mente para descansar, para mudar as agulhas...
A verdade é que pareço viver a minha vida a saltitar de umas coisas para as outras. Começo tudo...meto-me em tudo. Ando estafada mas feliz, mas ultimamente considero que ando mais estafada que feliz. Ou melhor, estou feliz, mas sinto-me constantemente estafada, quase sem energia para me sentir feliz, o que é um perfeito desperdício.
Talvez seja o meu corpo a pedir-me para abrandar...
A verdade é que tenho medo, de ao me retirar estrategicamente que depois me falte a energia para recomeçar.
Tenho pavor de não ter objectivos pelos quais lutar.
Quando não tenho objectivos sinto-me completamente à deriva, perdida.
E agora, o facto da prova de acesso ao ensino superior (sim porque foi o objectivo que delineei para mim - voltar a estudar, ingressar numa nova área) me ter corrido pessimamente, deixa-me com um imenso vazio, o que me leva de novo ao início...a dois anos atrás...ao tempo em que comecei a minha introspecção e tentativa de crescimento interior e auto-conhecimento.
Porque é que eu me encho de actividades e objectivos e mais isto e aquilo?! O que é que ando a tentar compensar?!
Acho que estou a precisar de fazer novamente um daqueles "crash-courses" - viagem ao meu Eu - leia-se - ora vamos lá arrumar a casa novamente e colocar mais uns quilos de juizinho nessa cabeça., ou já te esqueceste de tudo o que aprendeste sobre ti mesma?!! Estás parva, ou o quê?!
Tenho de aquietar a minha alma e voltar-me novamente para mim. Reencontrar o meu centro e a minha Paz interior e depois então traçar um novo plano.
Esvaziar-me por completo, para depois conseguir voltar a encher...
Inspira...Expira...
P.S.
Peço desculpa aos leitores, pela falta de nexo deste post, mas para mim faz sentido...
Ontem foi o Dia D.
O dia pelo qual ansiei durante um ano, e para o qual me andei a preparar durante cerca de 4 meses e que num ápice passou de ser o dia que carrega a áurea da oportunidade para aquele com o sabor agridoce de considerar que não fiz o suficiente.
Fiquei com a sensação de que me tinha comprometido com algo que estava para além das minhas capacidades....que pus a fasquia alta demais?! Que não tenho capacidades para tanto?! Que me senti cheia de mim, importante, convencida ao decidir perseguir este objectivo...e agora, cheguei lá, não consegui estar à altura do que me havia proposto e sinto-me uma fraude.
Estes foram os meu primeiros pensamentos e os mais profundos, os primeiros a chegar à superfície, os últimos a partir...
Fica cá dentro uma sensação de dever incumprido.
Devia ter feito mais.
Devia ter feito diferente.
Se me tivesse empenhado mais teria conseguido.
De facto, de nada me servem todos os lamentos, a realidade é que agora fico sem saber o que fazer com este objectivo...
Sinto-me envergonhada por não ter conseguido atingir os objectivos a que me propus.
Envergonhada por mim e por todos os que acreditaram em mim.
Decepcionada comigo, triste.
Eu sou o meu juiz mais intransigente.
Perdoo, desculpo, compreendo e vejo mais racionalmente tudo o que atinge os outros, que o que se passa directamente comigo.
Eu como juiz a julgar-me sentada no lugar do réu, seria algo digno de Perry Mason, mas acho que nem o próprio Perry Mason teria aqui grande sucesso, já que o réu acabaria por ajudar a Acusação.
Vai levar o seu tempo.
Tenho de lamber as minhas feridas.
Entender-me e perdoar-me, e eventualmente arranjar um outro objectivo, redesenhar o plano, sei lá...
Enfim, não será hoje ainda...
Hoje ainda sinto um aperto no peito; sinto tristeza e desilusão, por aquilo que não consegui fazer.
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