Ao fim de tanto tempo finalmente as peças do puzzle encaixaram..
Durante ano e meio nunca consegui entender porque raio não conseguia deixar de te amar. Hoje (no meio de mais uma insónia) tive uma epifania. De repente tudo ficou claro como água na minha cabeça e no meu coração (quase que saltei da cama a gritar Eureka!! - mas como eram 5h da manhã, achei que era melhor não o fazer).
Nunca consegui deixar de te amar porque tu nunca devolveste a parte do meu coração que ficou contigo. De cada vez que pensavas em mim, que tinhas saudades, era como se o teu coração falásse ao meu e lhe dissesse" fica, não vês que ele não sabe que ês tu quem eu quero realmente".
Ficámos como que unidos por um elo invisível.
Daí os sonhos que do nada me surgiam...Quando já nem me lembrava de ti, de repente lá recomeçava a sonhar contigo. Como se os teus pensamentos e os meus estivessem unidos por esse tal fio invisível. Como um novelo, que quando se puxa uma ponta mais cedo ou mais tarde acaba por se sentir o puxar do outro lado.
Há coisas que não se explicam, apenas se sentem e se vivem...
I drove all nigth to get to you
Ao fim de tanto tempo posso finalmente dizer que me sinto em paz.
Eu sempre aqui disse que preferia ser confrontada com a verdade a ficar na ignorância; a ignorância das motivações por trás das acções levam à conjectura, e a conjectura leva a um sofrimento maior que o infligido pela mais dura das verdades (pelo menos para mim).
Eu sou de enfrentar tudo com a cara e a coragem. Posso ter o coração a saltar do peito, as mãos a tremer e a transpirar de nervosismo e ansiedade, por não saber o que vou ouvir, nem que reacção esperar. Mas pior do que toda a tensão nervosa que possa sentir é ficar fruto da minha própria imaginação; é não saber; é não conseguir entender.
Então ontem acabei (muito inesperadamente) por conseguir obter algumas respostas a questões que me atormentavam há bastante tempo.
Acho (acho não, tenho a certeza) de que finalmente obtive "closure".
Posso por fim seguir em frente, rumo a um futuro que não sei o que me trará, com confiança de que nada acontece por acaso, e que a vida nos dá imensas oportunidades de recomeço - só temos de as saber reconhecer e aproveitar.
Parece que finalmente a tempestade começa a amainar.
Ora bons dias!
Quem me conhece (pelo menos de vir aqui ler as minhas introspecções) com certeza não deixou de ficar admirado por eu ter escrito tão pouco acerca do texto que aqui coloquei ontem...
Ora bem, foi amor à primeira leitura - assim que o li sabia que tinha de o partilhar. Coloquei a seguir os primeiros sentimentos que em mim despertou, mas a verdadeira introspecção só foi feita mais tarde, nos meus momentos de "solidão" a caminho do comboio.
Acho principalmente que este texto serviu para que eu finalmente admitisse a mim própria que te continuo a amar.
Passou um ano e meio, e ao fim de todo este tempo verifico que as únicas coisas que passaram foram a mágoa, a raiva e a revolta.
Como se todos estes sentimentos fossem um líquido espesso e turvo, que tivesse sido passado por um filtro e no fundo do recipiente que é o meu coração tivesse apenas ficado o líquido transparente, o meu amor por ti.
Talvez tenha resistido tanto tempo a assumir esta verdade, porque o facto de te amar deixa-me racionalmente triste. Porque a razão diz que não devemos amar quem não nos ama, e que não é digno do nosso amor quem nos engana... Mas como diz o "Miguel Esteves Cardoso" no texto acima, isso é a vida - o amor não é isso.
O Amor é independente, é desesperado, não faz sentido e na sua existência faz com que tudo faça sentido.
Porquanto a minha razão me possa ter dito: pára de pensar nele, odeia-o, esquece-o, o meu coração pede que o deixe receber de novo a parte que ficou contigo.
É complicado para mim aceitar esta dualidade de sentimentos. Nunca tanto como agora verdadeiramente percebi a completa incompatibilidade ou diga-se antes, conflito de interesses entre o coração e a razão.
"O coração tem razões que a própria razão desconhece".
Esta é a minha verdade. A verdade com que acordo e com a qual me deito, a que me acompanha todos os momentos do dia. Como uma ferida aberta, profunda, daquelas que não causam dor porque há muito tempo que já foram destruídas as terminações nervosas, mas que sentimos que lá estão, mais que não seja pelo espaço vazio que deixaram.
Entendi também que nenhum outro amor preencherá esse vazio. Outros poderão vir, e ir como só acontece a quem vive; mas um amor puro nunca desaparece.
Aceitei esta minha verdade, agora, vou continuar com a minha vida...
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Li este texto na página de uma amiga minha e não podia deixar de o partilhar aqui.
Lê-lo fez-me sentir compreendida.
Sinto-me menos sózinha por perceber que afinal não sou apenas eu que sinto que o amor verdadeiro é inexplicável; que amamos quem amamos porque sim e não porque é a melhor pessoa para nós...e que por isso mesmo é tão difícil deixar de amar alguém mesmo quando a mágoa que nos causou foi imensa....Se amamos verdadeiramente não temos poder sobre esse sentimento; é tão impossível deixar de amar como é impedirmo-nos de nos apaixonarmos por alguém. Só um amor puro e verdadeiro permite uma entrega completa, que é mais de alma do que de corpo.
Mas só assim a vida tem sentido.
Viver apaixonadamente.
Sentir intensamente.
Por muito que o tempo passe, que as mazelas se acumulem, enquanto tiver um sopro de vida dentro de mim não vou desistir de AMAR.
... e a minha primeira ída ao "sushi" foi hoje.
Adorei!
Tudo bem que não fui apenas comer sushi. Fomos a um sushi bar, onde para além de sushi e sashimi também podemos grelhar peixe e carne e onde têm também algumas entradas cozinhadas.
Mas eu gosto mesmo é de experimentar coisas novas, então experimentei de tudo, inclusive o sushi.
Ora agora não podia mesmo deixar de o fazer - isso seria quase como ír a Roma e não ver o Papa.
Fiquei fã daquele restaurante: Yokohama (Alvalade - junto à Avenida da Igreja).
Desculpem lá o mal jeito, mas preciso de aqui vir para tentar ordenar os meus pensamentos.
Tenho andado bastante dada à introspecção. Acho que porque tenho pelo menos dois momentos do dia em que (geralmente) estou sózinha com os meus pensamentos - do comboio até ao trabalho e de volta ao final do dia. Realmente, tudo tem estado gradualmente a melhorar... Tudo bem que viver longe do local de trabalho significa que tenho de me levantar com as galinhas e que acabo por não fazer muito mais em casa durante a semana, que dormir, mas por outro lado permite-me ter momentos só para mim. Posso ler no comboio, posso pensar enquanto ando a pé (além de fazer exercício). Não fico stressada com o trânsito - mais uma vantagem.
Mas a grande vantagem para mim é o tempo que é só meu. Tirando excepções em que encontro alguém com quem conversar (e que são sempre bem vindas), chego a ansiar por aqueles minutos de contacto comigo. É que bem somados posso dizer que neste momento consigo ter cerca de uma hora e meia por dia para mim. Não é fabuloso?! Há tanto tempo que isso não acontecia. É que a partir do momento que somos mães, acabou-se, lol. O único tempo pessoal passa a ser o tempo passado a dormir (e isto quando não nos acordam a meio da noite).
Após tudo o que se passou no último ano e meio, e ainda muito antes disso, sinto que finalmente estou a ser o "Homem do Leme" da minha vida. Encontrei-me comigo. Encontrei a paz interior. Sinto-me feliz!
Neste momento estou a ler um livro que me está a ajudar bastante a perceber isto tudo:"Comer, orar, amar" - é uma história auto-biográfica que inspirou o filme com o mesmo nome.
Quando o livro saiu, achei que tinha uma capa bonita (porque eu também sou daquelas pessoas que se sentem atraídas pelas capas dos livros, assim como se fossem pessoas - muitas vezes o conteúdo não corresponde, e por vezes são os livros menos atraente exteriormente que são reveladores - exactamente como as pessoas, mas adiante...); quando saiu o filme fui ver e adorei e decidi nesse dia que tinha mesmo que ler o livro.
É o livro que mais me ajudou para um livro que não é de auto-ajuda. É quase como se estivesse a ter uma conversa com um grande amigo, que me fala de sentimentos com os quais me consigo identificar. Deixa-me com a sensação de que estou no caminho certo. Que este é o caminho certo para mim.
A vida é um mistério fabuloso.
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Delicious Death: Agatha Christie's work list
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