"Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade. "
Martha Medeiros
Li este poema no blog http://www.astormentas.com/, e achei lindissímo.
Ás vezes penso que andamos todos a morrer lentamente.
E eu não quero a morte em doses suaves, quero a VIDA mesmo que com muita dor associada.
Viver exige esforço, mas só com esforço se consegue algo que nos realiza, que nos faz feliz.
Ontem tive uma conversa muito interessante e positiva com o meu ex, que no entanto me deixou bastante pensativa (acho que estamos a caminhar bem no sentido de uma amizade q.b. em prol do nosso filhote).
Ás páginas tantas falávamos sobre novos relacionamentos e sobre como eu sempre pensei em não sujeitar o nosso filho a conhecer namorados que podem não ser para ficar, ao que ele me disse "mas não te esqueças que só se vive uma vez". Primeiro que tudo foi muito estranho ouvir isto do meu ex-marido, e dái talvez não porque antes e durante sempre fomos amigos.
Mas a verdade é que é mesmo assim, não é?
Porque será que vamos fazendo as coisas ao longo da vida como se achássemos que temos todo o tempo do Mundo, e que se não fizermos hoje podemos fazer amanhã, ou depois, ou depois...
Não que isso seja desculpa para fazer tudo o que nos passa pela cabeça, e daí porque não?
Desde que não magoemos ninguém com os nossos actos.
Deixou-me a pensar que talvez ande a desperdiçar algumas oportunidades, porque me preocupo em demasia com o amanhã, mas assim deixo de viver o dia de hoje.
Uma vez uma amiga minha disse-me que eu não devia viver a tentar recuperar o tempo perdido, porque o que se perdeu já não se recupera, por isso é que se chama "perdido".
Não quero recuperar o tempo perdido, mas tenho tido alguma dificuldade em seguir em frente com o peso das lembranças de um projecto de vida que ficou a meio. Não me paraliza a dor ou a mágoa, nem o amor não correspondido, tudo isso já foi ultrapassado, o que me angustia é o medo de apostar de novo e de novo ficar a meio. Porque é um projecto que me custa abandonar. O que me levou a pensar em ti...
Angustia-me que possas não ser tu; que este sentimento que eu sinto hoje forte se desvaneça; que o sentimento que tu sentes não seja forte o suficiente para atravessar o mar atribulado das nossas vidas e chegar à outra margem intacto.
Lá vou ter de continuar a tentar viver um dia de cada vez....
Viver, amar, dar o meu melhor, hoje, como se o dia de amanhã não existisse, até porque nunca se sabe...
Ontem, uma pessoa muito especial ofereceu-me este CD.
Confesso que só conhecia a música que passa na rádio - "I'm Yours", que adoro porque tem uma batida super animada.
Quando me ofereceram o cd ainda tivemos a seguinte conversa, se calhar é só mesmo aquela música que se safa - como acontece tantas vezes com novos cantores, ou mesmo com outros já mais "batidos".
Mas não, este cd tem sido uma verdadeira caixinha de surpresas. Gosto bastante. Tem um som que me faz lembrar qualquer coisa como os Jamiroquoai (não que eu seja propriamente uma entendida).
A música para mim são sensações, ou gosto ou não. E se gosto, canto - valha-nos DEUS!!!
Então fica aqui a 3ª música deste cd numa dedicatória à pessoa que mo ofereceu.
Sou mesmo muito sortuda por te ter na minha vida. Gosto muito de ti.
De repente deu-me para aqui, e então aqui resolvi vir colocar a minha dúvida existencial...
Devemos ou não planear?! E se sim o que devemos planear e o que devermos deixar acontecer, o corriqueiro "go with the flow"...
Mas de onde veio isto agora, podem perguntar-se?
Veio especificamente de uma amigdalite e uma otite que me fizeram ficar de "molho" todo o fim-de-semana, sem quase pôr o nariz fora de casa, e quando o fiz foi com verdadeiro esforço e arrastar de pés... Isto depois de eu ter planeado quase todas as actividades que tinha para este fim-de-semana.
Sábado - entregar o pequenote ao pai; ír à biblioteca devolver um livro; ía ao mercado comprar legumes e coisas saudáveis para comer; preparar o primeiro encontro de catequese deste ano; almoçar; depilação; catequese; à noite jantar de aniversário e copos.
Domingo - ír ver o mar.
Acontece que na sexta-feira alguém (entidade superior malévola, lol) deve ter pensado que eu não merecia um fim-de-semana assim tão atribulado e que o melhor seria ficar a descansar em casa e pimba que me arranjou uma amigdalite com inflamação do ouvido e febre à mistura.
Pois é, dos meus planos não faziam certamente parte dores de garganta e ouvidos, duas noites sem dormir, uma ída ao hospital e duas à farmácia, e ainda tive que cancelar o tal jantar e a ída à praia.
Tendo tido "montanhas" de tempo em mãos, dei comigo a pensar no assunto.
Geralmente os melhores dias que tenho são aqueles que acontecem espontaneamente, quando não planeio nada e simplesmente acontecem coisas boas e agradáveis só porque sim.
Mas por outro lado é impossível não planear outras coisas, como a semana de trabalho, as reuniões... O que me deixa mais ou menos sem saber se o devo ou não fazer.
Já diz a sabedoria popular que: "planos adiantados saem sempre furados".
Mas se eu não planear as minhas reuniões aí sim é que me correm mal, então assumo que os ditados de sabedoria popular só se referem à vida pessoal.
Pontos positivos de não ter saído de casa: vi 3 filmes na Tv. Já não me lembro quando é que foi a última vez que vi tanta televisão de seguida, mas decerto que agora fiquei com umas boas horas em stock; é que passar um domingo de sol em frente à TV não é dos meus programas favoritos, já se fosse de chuva...
E com esta me despeço...
Boa semana.
"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma cousa para trincar
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja... "
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Adoro esta música,
embora já muito "velhinha" continua a mexer muito comigo.
"I lose control because of you babe
I lose control when you look at me like this
there's something in your eyes that is sayin' tonight
I'm not a child anymore, life has opened the door
to a new exciting life
I lose control when I'm close to you babe
I lose control don't look at me like this
there's something in your eyes, is this love at first sight
like a flower that grows, life just wants you to know
all the secrets of life
It's all written down in your lifelines
it's written down inside your heart
You and I just have a dream
to find our love a place
where we can hide away
you and I were just made
to love each other now
forever and a day
I lose control because of you babe
I lose control when you look at me like this
there's something in your eyes that is sayin' tonight
I'm so curious for more just like never before
in my innocent life
It's all written down in your lifelines
it's written down inside your heart
You and I just have a dream
to find our love a place
where we can hide away
you and I were just made
to love each other now
forever and a day
Time stands still
when days of innocence are falling for the night
I love you girl I always will
I swear I'm there for you till the day I'll die"
Podem rever o videoclip aqui.
"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo. "
António Gedeão
O meu desepero que é só meu, é o desepero de te ver tão deseperado e eu impotente.
Não te posso ajudar; não me posso intrometer...
Então cá fico com o meu desespero.
Ao fim de quase dois meses de exibição, lá consegui ír ver o filme..
Não sendo propriamente o meu tipo de filme - não sou propriamente fã de filmes musicais - tenho que dizer que gostei.
É divertido, bem disposto, o tipo de filme que nos põe de bem com a vida.
E de facto os ABBA são os ABBA. É impossível passar o filme sem cantar, e pelo menos para mim fiquei com vontade de comprar o cd da banda sonora.
Fica aqui o trailer, para quem ainda não tenha visto, ou que não se importe de ver novamente.
"Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que eu quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz pricipitado. "
Sophia de Mello Breyner Anderson
Chamo-te e tu só vens de vez em quando, porque o teu tempo e o meu é curto o que faz do nosso bastante limitado.
Outras visões do mesmo Mundo
As Palavras que nunca te direi
Not everything is average Nowadays
Outras partes de mim
Delicious Death: Agatha Christie's work list
The official Agatha Christie website
As minhas músicas
Natasha Bedingfileld - Soulmate
Avril Lavigne - When you're gone
Cindy Lauper - I drove all nigth
Tim e Mariza - Fado do encontro
Causas