A semana passada enquanto me passeava por um dos supermercados onde habitualmente vou fazer compras, dei por mim (como é hábito) na secção dos livros. Vasculhei, vasculhei e quando me preparava para mudar de secção por não encontrar nada que me suscitasse interesse, quase que "saltou" para a minha mão o único exemplar de um livro com um título deveras sugestivo: "Até que o divórcio nos separe"(título original: "The starter marriage ").
Li a contracapa, onde dizia que "Até que o divórcio nos separe é uma encantadora comédia agridoce sobre o casamento, os erros que dele advêm e a capacidade de seguir em frente."
Ora é mesmo disto que eu estou a precisar - pensei eu.
E como só podia ser um sinal, o facto de o único exemplar me vir parar às mãos quando eu já tinha desistido de encontrar algo que merecesse a pena, lá tive que o comprar.
O livro relata a história de Tess , uma mulher de 35 anos para quem o casamento é para toda a vida, e que vê essa mesma vida ruir quando o marido a troca por uma mulher mais nova.
Perde a alegria de viver e passa apenas a existir, até que uma amiga a convence a frequentar um curso de sobrevivência para divorciados. Aí conhece pessoas que estão no mesmo barco, e com elas estabelece laços que só se desenvolvem entre pessoas que passam pelas mesmas experiências.
É um livro profundo sem ser dramático e ao mesmo tempo optimista.
Por sinal revejo-me em muitas das situações.
Ainda não terminei de o ler, mas vou apenas aqui deixar uma passagem que fez bastante eco dentro de mim...
"São assim os encontros amorosos na nossa idade? Almas torturadas a descarregarem mutuamente os seus fardos, tentando descobrir se os seus traumas são compatíveis com os da outra pessoa?"
E é isto mesmo que todos nós procuramos ou não é? Encontrar alguém que para além de ter os mesmos objectivos seja compatível conosco, o que implica aceitação da pessoa que somos, e quem somos hoje é diferente de quem fomos ontem e de quem seremos amanhã, porque as experiências vão-nos moldando.
Mas a essência continuará sempre a mesma....
Um gesto vale mais que mil palavras...
E as palavras são muitas vezes dificeis de dizer, outras vezes mal interpretadas...
"Hold me close, don't ever let me go
More than words is all I ever needed you to show
then you would't have to say that you loved me
Cause I'd already know"
Tanto que fica por dizer..
Tanto que se sente e fica por demonstrar...
Se vivessemos os nossos sentimentos sem recorrer tanto a palavras e mais a demonstrações, seríamos talvez mais felizes?!
Isto digo eu, porque nem sempre consigo encontrar as palavras certas para transmitir o que penso e sinto e depois também tenho receio de demonstrar porque fico mais vulnerável...
Acabei de criar o meu próprio desafio a mim mesma para o mês de Março: demonstrar mais os meus sentimentos, quer sejam amizade, amor, ou também os outros menos bons.
É que o facto de eu não os expressar faz com que ande tudo cá dentro á mistura, tipo panela da sopa...
E depois reflecte-se em tudo - inclusivê neste blog - nunca vi tamanha confusão de pensamentos...
O que começou por ser um post relativo a uma das minhas músicas preferidas da adolescência, passou a reflexão, autocrítica...
Acho melhor parar por aqui - "better quit while I'm ahead", LOL!!!
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